a exposição
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Ao longo de quase oito décadas, Antonio Delfim Netto constituiu uma das maiores e mais diversificadas bibliotecas privadas do país. Com um acervo que ultrapassa 100 mil títulos, muitos dos quais inexistentes em qualquer outra coleção brasileira, trata-se da maior biblioteca especializada em Economia do Brasil. Doada para a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo em 2014, a biblioteca não apenas mantém obras sobre os mais diversos recortes temáticos da área – das pesquisas mais instrumentais de microeconometria a autores de tradição marxista –, como também dispõe de livros sobre história, antropologia, sociologia, filosofia, tecnologia, meio-ambiente, entre outros assuntos específicos.
Uma biblioteca de “pesquisa”, como seu próprio colecionador define. Assim, ainda que sua coleção possua obras especiais, como algumas das primeiras edições de autores membros da Economia Política Clássica, a preocupação de Delfim Netto foi sempre de encontrar as melhores edições, as obras completas de relevantes economistas e seus interlocutores, instrumentos fundamentais para pesquisadores. Uma biblioteca que foi resultado de um sistemático processo de aquisição, mas também de pesquisa, para selecionar obras, construir conjuntos de livros sobre os mais diversos temas econômicos.
A exposição “Uma viagem pela história do pensamento econômico - A Biblioteca Delfim Netto”, portanto, pretende apresentar alguns dos mais importantes livros da história do pensamento econômico, tais como as primeiras edições das obras de Adam Smith, David Ricardo e John Stuart Mill, de autores pré-clássicos, até os mais recentes debates das correntes da teoria econômica contemporânea. Por meio da biblioteca de Delfim Netto, portanto, é possível fazer uma viagem pela história do pensamento econômico mundial, uma oportunidade única no Brasil, que apenas este acervo permite oferecer a estudantes, pesquisadores e ao público em geral.
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Até meados do século XVI, conceitos e reflexões sobre Economia podiam ser encontrados de maneira fragmentada no pensamento de autores de diversas áreas do conhecimento. A própria palavra Economia tem sua origem no latim medieval, oeconomia, e no grego antigo, oikonomia. Por sua vez, o termo grego é composto pelas palavras oikos (“casa”) e nomein (referente ao ato de gerenciar), essa última derivada do termo nomos (“lei”; “norma”).
Foi no contexto da expansão comercial europeia que se desenvolveram as primeiras doutrinas econômicas em um sentido próximo ao significado contemporâneo do termo. São expressões desse desenvolvimento os escritos da Escola de Salamanca, a reflexão sobre o mercantilismo, bem como seus primeiros críticos que ficaram conhecidos como Fisiocratas. Nesse sentido, esses debates se organizavam a partir do conceito de bulionismo, o qual relacionava a riqueza de uma nação à quantidade de metais preciosos por ela possuídos. Com efeito, a doutrina mercantilista tornou-se hegemônica e foi um dos principais fundamentos para a colonização das Américas.
A Biblioteca Delfim Netto possui diversas publicações que permitem apreender a diversidade e a riqueza das reflexões econômicas realizadas nesse período. Reunidas neste conjunto, apresentam-se aqui edições originais e fac-similares de obras publicadas ainda no século XVI, além de outras dos séculos XVII e XVIII.
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